quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ESPUMA DE MAR


Espuma de mar
Eu vou te pegar
Botar pra secar
Fazer uma escultura
Para a doce menina
Que um dia
Jogou tarrafa no mar
Pra fazer a pescaria divina
Levar peixe
Para a família.
Eu vou pegar
Espuma do mar
E fazer oferenda a Iemanjá
Um belo colar
Um lindo colar
De olhar
De sinceridade...

Eu to em casa
Eu to no balanço
Das águas
No meu quarto hotel
No meu canto
Nas algas... Eu to
Pra mais de lá...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Submundo Jardim

Caminhei
Pelo campo florido.
Com cuidado
Em nenhuma pisei
Tão zeloso
Mas feri-me num espinho.
Receoso
Não me purifiquei...

Eu espero
água cair
E a chuva seduzir
E molhar o meu corpo
E encharcar minha alma
e me dá
com vontade
Um esguicho na cara.

Quem sabe
Acordo desse sonho
Enfim...

E das flores
regresso
e descubro que o mundo
Não é assim, como um belo jardim

domingo, 13 de fevereiro de 2011

REVITALIZAR


São passos na areia.
Pegadas que ficam
Registram martírios
De amores perdidos
Ou pensamentos vagando
Num futuro glorioso.
É a praia com seus ventos
Distintos, o teu ímpar
Aguçador da mais “cega” narina
Que percorre trezentos e sessenta
E para olhando o horizonte
O que faz refletir a vida.
Ao mesmo tempo
Estas em terra firme e beira da alagadiça,
Basta um passo para outro mundo
A dimensão de textura liquida
Que escorre no corpo
Mas caudalosa, leva...
Que terreno volátil,
Essa tal que descarrega qualquer má energia
Com a areia impregnando nos dedos alheios
Leva consigo as maldades da vida,
Revitaliza.

É por isso, que ponho o pé na areia
E depois vou ao mar
Receber o beijos d´água
Para me purificar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

TROCA DE OLHARES


Não me olhe assim
Que meu desejo é te encher de beijos
É te seduzir, com todos os meus segredos
E induzir você a me amar
E me olhar, me desvendar...

Eu sei que posso estar tonto
Mais tonto achar que você quer
Me quer, mas por que será
Que não para de olhar
De me notar, me instigar.

Não me olhe assim
Eu posso estar sendo tolo
Muito até sentimental, irracional
Mas me guio pelo coração
E vejo o teu no seu olhar...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Será que cego serei mais feliz?

Deixe os olhos pousarem
E repousarem no canto da pálpebra
No travesseiro da retina
Se deixe cegar...
Para quê enxergar
O mundo velho,
Velho mundo
Se não há nada
De valor, nem uma jóia de
 sentimento?

Será que o cego é mais feliz que eu?

Se fecho os olhos eu consigo fugir?

Mas daí, dano a abrir
Abrir e reabrir...
É sol queimando íris
E a nojeira desse mundo embaçando...

Será que se eu furar os olhos serei mais feliz?

Mas daí, tem gente me chamando de:
“- Covarde!”
Covarde é sua mãe... Seu que não agüento...
Eu fujo mesmo!
O que eu vou fazer aqui?
Nesse mundo mesquinho
Onde eu sou mais um “inho”
Pra infiltrar desalinhos nas mentes de qualquer
Ralé!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CRER


Eu quero mais crer
Que o céu não vai cair
Que a noite é de festim
Que tudo é fingimento.

Eu quero mais crer
Que as árvores são de papel
Que a vida é grande carrossel
Que tudo é faz de conta.

Eu quero mais crer
Que depois de fechar os olhos
Ao abrir a estaca zero
E eu vejo você...

Eu quero mais crer
Que tudo foi um pesadelo
Que eu não disse aqueles desesperos
Que você não se ofendeu.

Eu quero mais crer
Que um dia tudo volte ao normal
Que o sorriso volte ao meu rosto
Que serei seu.